O Mago de Botas

Escrito em 8 de Fevereiro de 2014 por Gisele de Menezes

Quero aqui falar, como filha da Terra que sou, sobre o homem. O homem de sempre. Homem aquele que comunga com a Terra, que coloca o alimento em nossas mãos, olha nos olhos de seu semelhante, tece de alguma forma o seu agasalho e apara a sua barba com olhar estético. Preciso falar do homem que cuida de um pai doente, de uma mulher frágil, de uma mãe cansada, e não raro, do pão nosso de cada dia. Penso no homem que, ao dar a sua sagrada energia, após colher os frutos da Mãe Terra, compartilha com os demais e cura a fome do pobre.

Enfim, vou falar do Mago de Botas, o homem que as vezes até esquece de agradecer aos céus a força que tem nessa vida.

Nós mulheres estamos falando tanto no sagrado feminino, que até parece que o homem não tem uma relação sagrada com sua existência. As vezes nos enfeitamos e nos exaltamos tanto que nos distanciamos do filho da Terra! O que precisa o homem que conhece a Terra, para estar íntegro? Qual a relação dele com o meio ambiente? Qual sua contribuição?

O homem percebe-se aqui, olha para os lados, traz suas impressões, sua cultura, suas aspirações influenciadas pelo meio, seus anseios, suas dúvidas e seus medos. Seu olhar inocente é soterrado pelos apelos da sociedade. Ele já não lembra sua verdadeira vocação. Confuso em sua caminhada, sem preparo para ver além das ilusões, é arrebatado pela energia sexual que parece ser algo sob seu controle; e investe no objeto oposto. O outro, seja mulher ou homem, parece ser um caminho. Parece belo, feliz, alegre, bem sucedido, cheiroso, sensual e definitivamente lhe atrai. O Mago de Botas está em perigo!

É uma armadilha. Ele terá de escapar ou será pego. Se escapar será discriminado inicialmente pela sociedade apelativa. Se for pego terá filhos, compromissos, e passará pela vida desperdiçando seu potencial. No meio desta epopéia, terá questionamentos e dificilmente encontrará respostas fora de seu silêncio, mas o barulho lá fora lhe convidará à desatenção. Pobre homem…

O Mago de Botas, silencioso e adormecido dentro de cada homem, caminha contra todas as tendências, resiste a quase todas as tentações, afasta com muito esforço todos os medos cultivados em seu coração e em um determinado momento descobre sua sagrada energia vital. Quando o Mago acorda, tira as botas, coloca os pés no chão, senta em uma pedra e descança na sombra de uma árvore. Ele sente fome e percebe suas reais necessidades. Alimentar o corpo é sagrado, o que vou comer?

Ele não quer comer alimentos processados, envenenados, sem vitalidade, ele agora, após o sofrimento e a doença, tornou-se um Mago. O Mago sabe que seu sistema endócrino é delicado e pode ser avariado por substâncias sintéticas. Ele decide: Vou para a casa de minha Mãe! E percebe: Estou na casa de minha Mãe – a Terra.

Desta escolha brilha a Luz do conhecimento em seu coração e ele escuta a Terra. O Mago passa a olhar nos olhos do outro, caminha pela verdade, quer a verdade, pratica a verdade. Ele choca o rebanho ao declarar que sabe para onde vai o rebanho e também que conhece as verdadeiras intenções do pastor. Ele tem compaixão pelos inocentes. Muda hábitos, observa, ajusta condutas, observa novamente e encontra sua verdadeira vocação.

O Mago de Botas quer sobreviver, usar a oportunidade para evoluir, compreender e aceitar o ir e vir da vida. A vida como ela é, sem ilusões. Ele então passa a cuidar da Terra, é Ela quem lhe proporciona a experiência. Descobre a União sagrada. Lê as escrituras e entra no silêncio para estabelecer um diálogo com suas glândulas endócrinas. O que eu preciso saber? Como cuido de mim e de minha Casa?

a casa

A casa dá os sinais. A Terra está clamando por atenção de seus moradores. Na relação homem e meio ambiente, ou biosfera, sinais se fazem claro a cada instante. A doença está batendo à porta dos homens. É a doença da integridade, a doença que tem recebido nomes como: esclerose múltipla, lúpos, alzheimer e outros nomes da mesma doença que essencialmente é desintegridade.

Estar íntegro é ser integrado com a Natureza, é perceber, escutar, sentir, experimentar e aceitar a reação de cada ato como uma resposta. O Mago está atento!

Enquanto o sistema investe papel impresso sem lastro em eventos e coisas para distrair os homens, o Mago vê uma notícia aparentemente “horrível”, como um chamado aos seres habitantes que escutam a Mãe Terra.

Você viu a notícia sobre a pomba atacada no ar por um corvo e uma gaivota, ao ser solta desde o vaticano?

papa solta pombas

Corvo come pomba

gaivota

 

O homem que ainda não escuta o Mago, despreza ou não se da conta dos sinais que a Natureza envia para ele. Esses sinais chegam até nós através de elementos da própria biosfera da qual fazemos parte, e isso tudo é orquestrado pela mente coletiva do Planeta, ou Noosfera.

Assim, com o episódio das pombas que foram atacadas pelo corvo e pela gaivota, tivemos a oportunidade de ver sem véus. A pomba representa doçura, inocência. Uma imagem de alguém soltando ela após um discurso ou uma aparição, quer impressionar os corações desatentos sobre paz e liberdade. São imagens que se repetem na mídia em nome de melhores dias que nunca chegam. O Planeta tem maiores problemas a cada década. O sistema não recua e os homens adormecidos santem-se fracos e escravos. Tente entender qual foi a mensagem que a Noosfera, através da Biosfera, passou para os humanos.

Sabemos que o vaticano, representado pelo papa que soltou a pomba, política, jurídica e financeiramente é um país independente. O vaticano tem negócios próprios como bancos e seguradoras que em um mundo onde os negócios são globalizados, é difícil saber quem é sócio de quem ou real proprietário do quê. Para fazer uma guerra são necessárias armas e, para comprar armas, é necessário dinheiro que, inevitavelmente vem dos bancos. Sim, são os bancos que financiam as guerras. Todas as guerras! Financiam também a indústria do alimento e do remédio. Sei que não estou falando uma novidade, mas como isso tem repercurtido no íntimo de cada homem?

Então qual foi o sinal que o ataque às pombas nos passou? Se olharmos pela ótica de um xamã, o corvo representa a magia, a intuição, o feminino, o escuro, o oculto. A gaivota, pela sua cor branca, pode ser interpretada como o masculino, a luz da verdade, o conhecimento. Me parece que mais uma vez houve a união entre as duas polaridades, e que elas – masculino e feminino em União – já não suportam mais a hipocrisia e a mentira. Nada aconteceu contra a pomba. Para a Natureza é uma pomba e serviu ao contexto estético (Tempo é Arte). O Mago entende que já passa da hora de olharmos para a instituição, os países, as empresas, os negócios… E dar um basta!

Sincronicamente, ou seja, uma semana após esse ocorrido, a ONU acusou o vaticano de encobrir os casos de pedofilia dentro da igreja e exigiu que se entreguem os padres acusados desse crime horrível. Hipócritamente o vaticano disse ser essa uma discussão “ideológica”.

Acordem homens, o Mago lhes fala desde dentro! Não se deixem influenciar por tentações. Os sinais são claros!

druida montanha 2

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Comentários

para todos que possuem olhos para ver, ouvidos para ouvir.
o coração e a mente atentos para perceber os sinais que nos são enviados, sinais estes que não são dos meios de comunicação em massa.

alegria e coragem
sabedoria e gratidão

para viver em União,
curando, curando-se
para o Bem Maior.

samira
9 de Fevereiro de 2014

Belo e profundo texto. Não sabia desse ocorrido tão simbólico. Mas os sinais sempre existiram e existirão, enquanto houver Magos para sentir o que é sutil. Sigamos na luz da força e proteção.

Isabela Alvarenga
10 de Fevereiro de 2014

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