Tão sagrada a percepção de cada ser!

Ao pararmos para observar, concluímos algo sobre o observado. Parece simples ter uma opnião, parece repetitivo como respirar. Mas respirar não está em mim, tenho que compreender que estou na respiração. Se respiro estou e, se faço disso um momento de reflexão… Então sou.

Estamos abarrotados de quadros mentais e experiências rasas que limitam a profunda percepção. Quando abrimos as camadas do “pronto”, um universo muiticolorido se revela e é uma ponte para o infinito. A vida é infinitamente o mistério da Criação por Ela mesma e é o elo de todas as correntes de percepção. Todas as percepções são insights para a mesma consciência que estará eternamente aberta à conclusão final… E outra respiração virá.

Pedi às pessoas que participam de meus cursos e retiros, que descrevessem em palavras as suas percepções sobre a experiência. Recebi de volta vários depoimentos e com carinho e gratidão fui colocando nas páginas do curso de massagem em módulos e do intensivo de massagem com retiro. Entretanto uma descrição especialmente me inspirou a rever minha “percepção”.

Mais do que um simples contato, pele contra pele, é o movimento invisível dos corpos enquanto trocam energia.. a conexão com o cosmos e todo o sistema interno dos corpos torna o toque, aparentemente superficial, um toque terapêutico. Intensão, amor, troca mútua. Liberação de tensões, relaxamento, força vital, poros que se abrem para receber o óleo, essência das plantas, aroma. Mãos e corpo que se abrem para a dança da cura, movimentos geométricos capazes de tracionar e alongar o receptor…
Organismos complexos internos se movimentam com a troca de energias que a massagem proporciona.
Toque, respiração, sentidos, mãos, pés, pele. Chakras, energias, luzes, tubos finíssimos dos poros que se comunicam exalando odor e dor, suor e calor, doação, troca de energia.
…
E a cada trabalho corporal, cada corpo que chega até mim, um diferente do outro, sinto que me transformo e me curo.
Quero voltar a desenhar realista com base nos corpos que toco. Sentir o corpo e desenhar os corpos, cada um com sua especificidade, quero saber ler os corpos, cada curva, cada linha, cada ruga, formas. O corpo é um receptáculo de energias. Uma malha de tecidos. Tudo interconectado, tudo acontecendo, organismos internos. Dou minhas mãos, minha energia, preciso ser um canal puro..
O trabalho corporal requer muita consciência corporal dos meus movimentos com relação ao corpo que está deitado. Saber respirar, liberar junto. O óleo traduz. As mãos e o corpo dançam. É muito mais que uma massagem, é uma meditação profunda.
Cumprir minha missão galáctica com a arte e a cura planetária.

Denise Rodrigues é artista-terapeuta