Uma vez que a cura do câncer seja totalmente compreendida pela humanidade, duraremos enquanto civilização, muito pouco. Apesar de agirmos individual e egoistamente estamos unidos por uma característica fundamental – a civilidade. Toda a população mundial que, de uma ou outra forma faz parte da civilização, caracteriza para o Planeta um grupo só, uma só espécie. Como um câncer, que pode se apresentar em várias partes de um corpo vivo, com intensidades diferentes, mas sempre com a mesma característica – um agrupamento não harmonizado com o meio ambiente, assim somos nós.

Temos, enquanto humanidade, características idênticas. Nos aglomeramos, nos organizamos dentro de padrões que não funcionam, que não estão harmonizados com o Planeta como um grande corpo e lutamos por nossa sobrevivência ignorando solenemente que estaremos aqui pelas próximas gerações, ou, enquanto o Planeta existir.

O Planeta, este grande ser vivo, parte de um sistema organizado e infinitamente maior do que podemos contemplar com nossos olhos humanos, é nosso hospedeiro, é como uma amável Mãe. Está nos acolhendo há tempos imemoriais, assim como acolhe a todas as outras formas de vida que costumamos desprezar e subjugar. Porém, da mesma forma que um câncer, como um hospede ingrato, egoísta e voraz dentro de um corpo humano, somos  nós – civilização – dentro do corpo vivo da Mãe Terra.

Saindo da macro para a micro visão, olhando para dentro de um corpo multicelular com suas milhares de funções, podemos observar que, uma célula deste sistema que tem sua molécula de oxigênio quebrada, ou seja, sua memória divina perturbada, é uma célula burra, louca ou desarmonizadora. Porém, além da demência, esta célula, como todas as outras vivas, preserva a caraterística de “querer viver”. Ela, como qualquer ser vivo confuso, sente-se só. Desta idéia distorcida, passa a agrupar-se com outras semelhantes e sem rumo. Juntas, unidas e “fortes”, tomam forma, vulto, corpo e acabam com seu hospedeiro. Me parece que assim como é em cima é em baixo.

Já uma molécula de oxigênio, se inteira ou íntegra, sabe exatamente sua função e é parte integrante do todo-sistema-harmônico. Ora, se a consciência evolui de forma coletiva e através de experiências, então estamos aqui para descobrir a maneira como vamos acabar com nós mesmos. Neste quesito, me parece que estamos indo muito bem. No momento em que entendermos essa peculiaridade, a cura para a desarmonia, a Mãe Terra que evolui junto com todas as suas manifestações e, em um ímpeto de sobrevivência, também entenderá e não mais nos fornecerá alimento. Seja este alimento o Ar, a Água, o Calor ou a própria Terra.

Muitos de nós humanos inteligentes, seguimos buscando a cura do câncer, este terrível exterminador. Outros seguem aguardando que em 2012 tudo se resolva. Outros ainda, coletivamente engajam-se em ações reparadoras, preventivas ou sustentáveis. O certo é que tudo está ligado apesar de nossa ignorância e, apesar do véu que encobre nossa visão, tudo está habitado por uma só consciência.  O que for para um, será para o todo.

Enquanto estamos aqui, podemos ficar consciêntes e trilhar a Paz, Harmonia e Beleza em todas as ações, manifestando assim o potencial Divino presente em cada ser vivo. Respirar e observar a pessoa que respira é um bom caminho.

AUM!