A Massagem Que Faço, Amo e Ensino
Escrito em 05/09/2013 por Gisele de Menezes
Queridos amigos que me visitam por aqui, esse post tem a intenção de reapresentar meu trabalho primeiro no caminho das terapias. Ao colocar abaixo o texto que consta nas primeiras páginas de apresentação da apostila do curso que dou – ensinando para muitas pessoas o trabalho que desenvolvo – intenciono deixar claro aos interessados, exatamente o que ensino.
Aprendi que é de extrema importância que, ao longo de nossa caminhada sejamos fieis à origem, sem negligenciar o todo. Esse é o estar íntegro no meu entendimento.
Sendo assim, batizei meu trabalho com o nome de Massagem Indiana e, a cada aluno meu, ao fazerem o que ensino, peço que não chamem de massagem ayurvédica ou Yoga Massagem Ayurvédica – pois esta é ensinada pela mestra Kusum Modak e seus discípulos, pelos quais tenho profundo respeito e gratidão.
Os primeiros conhecimentos nesta senda vieram pelas precisas mãos da instrutora Dhyan Vishwa. Ela era uma discípula dos conhecimentos da Tradicional Yoga Massagem Ayurvédica, da mestra indiana Kusum Modak com quem havia convivido por longo período na cidade de Puna – Índia. Quando entrei em contato com a massagem pela primeira vez, encantada com o que senti, percebi que estava recebendo algo muito especial e passei a praticá-la como um ritual sagrado.
Reconheci o grande encontro que é para os indivíduos uma massagem bem feita e, como através da pele, uma vez despertada pela massagem, podemos ter um auto-encontro. A pele, o órgão deste entendimento, foi para mim um grande insight. Perceber que estamos envolvidos por ela é muito confortante, é como um grande abraço nos acolhendo a cada instante. Identifiquei-me totalmente com esta porta que se abriu à minha frente revelando um universo novo.
Com o passar do tempo, constatei que a porta para entrar na vastidão deste universo sensório, era cada massagem com todas as suas etapas, dia após dia. Ter em nossas mãos uma pessoa que se abre para receber o que temos a dar e, entrar por este meio em contato com a expressão do Divino, é algo muito precioso. Ao compreender a massagem desta forma, cuidei-a com muito Amor e, aos poucos, descobri a essência do toque curativo.
O som da respiração, desde que me dei conta da presença do mesmo, passou a ser um mantra diário. Estar atenta a respiração durante as massagens foi uma descoberta encorajadora e também restauradora. Passei a perceber o movimento do Ar entrando no espaço criado pela exalação e, junto com o Ar, a Alegria. Para que se entenda melhor a respiração como um mantra Divino, transcrevo o trecho abaixo do jurista e estudioso tântrico, sir John Woodrofe. Este trecho foi extraído do livro – Anatomia Esotérica – relacionado no final desta apostila.
“No plano físico, Prana se manifesta no corpo animal como a respiração através da inspiração (Sa), ou Sakti; e expiração (Há), ou Siva. Respirar é em si mesmo um mantra, conhecido como o mantra que não é entoado (Ajapa-Mantra), porque é dito sem volição”.
A partir destes entendimentos, a massagem foi-se revelando criativamente e, a cada trabalho, também novas revelações me foram feitas. Fiz cursos, li livros e fui adquirindo firmeza, confiança e fé. Com minhas mãos auxiliei pessoas a respirarem profundamente e acompanhei o processo de liberação das tensões até chegarem a um nível tal de relaxamento onde a respiração, ora incompleta, passou a ser tão suave, uniforme e profunda, que algumas vezes ficou quase imperceptível.
Outra descoberta maravilhosa foi o uso dos óleos essenciais na massagem. Em algumas massagens, particularmente, a presença destes puros elementos trouxe força, conexão e cura. O uso contínuo dos mágicos óleos trouxe para mim uma apurada percepção olfativa. Considero que um bom terapeuta, deve perceber com todos os sentidos e, o olfato, nos traz grande conexão com o corpo físico, traz aterramento sem ser denso. É algo como a inteligência, a memória celular dentro da respiração da Terra. Posso ressaltar aqui que o olfato é o gnanendriya (órgão de conhecimento/percepção) relacionado ao chakra de base – mooladhara.
Em um período de meu percurso por esse desvelado universo, tive a concessão de ir até a Índia, onde a massagem está inserida não só na medicina dos Vedas, que prima por manter a saúde, mas na cultura de todo o povo. Peregrinando por lá, recebi um puro aprendizado da fonte onde a massagem nasceu sob o amoroso olhar dos Rishis – os sábios videntes dos Vedas. Em Varanasi, a sagrada e ancestral cidade banhada pelo rio Ganges, aprendi com o Dr. Virendra Kumar Verma, um pouco sobre a filosofia hindu, ervas aromáticas e medicinais, experimentei a massagem que dá ênfase aos pontos marmas (pontos no corpo, onde a energia vital se assenta) e aprendi também o quanto a massagem e a cozinha doméstica estão intimamente ligadas. Foi também com este médico hindu, que aprendi a tradicional massagem da cabeça, tão usada pelos barbeiros indianos; Ainda em Varanasi, conheci o trabalho dos chakras pelas ondas vibratórias de som e luz – a Massagem da Energia Espiritual. É um trabalho detalhado, dentro de um contexto ritualístico, que traz um profundo relaxamento e abre uma porta para curas importantes. É a reflexologia dos chakras nos pés.
Para mim, a magia de cura da massagem, é que ao entrar em contato com ela, resgatamos nosso conhecimento nato – as sensações antes de serem julgadas pela mente condicionada que acontecem na primeira infância. Neste espaço de confiança e fé, acessamos a inocência.
Faço aqui uma advertência – todo o conhecimento que pudermos adquirir ao longo de nossas vidas, só se transformará em sabedoria, quando nos curvarmos de joelhos à prática e nos deixarmos guiar pela intuição.
Considerações importantes
No Ayurveda, a massagem é chamada Abhyanga, ou seja, untar com óleo as partes do corpo. Esta massagem que você aprenderá comigo, é uma técnica de massagem muito efetiva, entretanto, não é a massagem ayurvédica indicada num tratamento da ancestral medicina dos vedas, uma vez que a massagem indicada neste contexto é a Abhyanga e é feita com óleos especialmente medicados para cada indivíduo e suas necessidades. Para que você entenda a complexidade de tocar, saiba que dentro desta terapêutica, em alguns casos não raros, a massagem é até contra indicada. Quando é indicada, como descrevi acima, é indicada com óleos específicos, pois o Ayurveda “vê” o indivíduo como uma identidade única.
AYAM ME HASTO BHAGAWÃN
AYAM ME BHAGAVATTARAH
AYAM ME VI´SWABHESAJAH
AYAM ´SIVÃBHIMAR´SANAH
Minha mão é felicidade
minha mão é ainda mais felicidade
ela é importante para a cura
o mero toque de minhas mãos cura todas as doenças – RIGVEDA
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Tags: Blog Massagem por Gisele de Menezes
Comentários
li o que escreveu , e me interessei muito, sou massoterapeuta, e quero receber material seu sempre que puder enviar. Obrigado
Vera Lucia dos santos
26/12/2013
onde é feito o atendimento da massagem e qual valor? obrigada
alene
04/01/2014
Namastê Alene, que estejas bem! Atendo no Espaço Povo em Pé em Porto Alegre/RS
Gisele de Menezes
04/01/2014
Adorei sua matéria, pena que moro em São Paulo, tenho muita vontade de fazer um curso na Índia, mas caso consiga ir só terei disponibilidade de uns 15 dias, você tem dicas de algum lugar que eu consiga aprender técnicas indianas? desde já agradeço e caso voce venha a São Paulo tenho interesse de fazer cursos com você! Obrigada!
Sônia Caliari
28/02/2015
Namastê Sônia, agradeço suas belas palavras! Dou cursos em SP desde 2012, e em Porto Alegre o curso é em forma de retiros e em épocas de férias. Isso possibilita a vinda de alunos de todas as partes do Planeta. Em março/15 iniciamos mais um curso em SP. Confira neste link
Gisele de Menezes
28/02/2015